A ABTI divulgou recentemente o guia produzido pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) com orientações para registrar não conformidade do biodiesel de base éster, compulsoriamente misturado ao óleo diesel brasileiro, o que vem gerando problemas nos veículos da frota nacional como formação de borra no tanque e entupimento de bicos injetores, além de comprometimento da potência do veículo e diminuição da vida útil das peças.
Devido a relevância do tema, lembramos também que a CNT possui ampla e aprofundada pesquisa acerca de uma promissora alternativa energética de curto prazo curto prazo: o diesel verde, também conhecido como diesel renovável, que difere tanto do diesel mineral (de origem fóssil) quanto do biodiesel de base éster, e apresenta vantagens em relação a ambos para o abastecimento de veículos pesados.
A publicação técnica Diesel Verde – Uma opção de baixo carbono para caminhões e ônibus rodoviários, é a quarta edição da Série CNT Energia no Transporte, que já abordou as fontes: hidrogênio renovável, eletromobilidade e biometano.
O trabalho mostra que o grande diferencial do diesel verde é sua composição química, que o torna totalmente compatível (drop-in) com os atuais motores a diesel de ônibus e caminhões, sem a necessidade de modificações no sistema, por ter uma estrutura de moléculas semelhante à do seu equivalente de origem fóssil – o diesel mineral.
Obtido a partir de resíduos orgânicos ou biomassa, o diesel verde é renovável e, em sua combustão, emite menos gases considerados nocivos à saúde humana e ao meio ambiente, tais como hidrocarbonetos (HC), monóxido de carbono (CO), óxidos nitrosos (NOx) e material particulado (MP). O país tem grande potencial para produzi-lo, uma vez que é abundante em matérias-primas fundamentais ao seu processo produtivo, como óleos vegetais e gordura animal, e pode até se tornar um fornecedor mundial do insumo.
Fonte: Elaboração CNT, com base em ANP (2024). Acesso em: 25 mar. 2024.
Cabe destacar que a produção de diesel verde é realizada a partir de diversas tecnologias, sendo o hidrotratamento na presença de hidrogênio a mais difundida mundialmente. Esse processo leva à obtenção do óleo vegetal hidrotratado (HVO, da sua sigla em inglês), que pode ser abastecido em veículos pesados.
Para dar um passo na sua oferta nacional, o parque produtivo carece de investimentos nas infraestruturas de refinarias ou na construção de novas biorrefinarias dedicadas. Além disso, faltam políticas públicas que estimulem a sua produção e o seu consumo em escala nacional.
A publicação traz, ainda, gráficos e comparativos, com base em dados coletados em diversos países, que demonstram o desempenho ambiental do diesel verde em veículos que não precisam sofrer modificações mecânicas. Em todos os cenários levantados em veículos de ciclo diesel, a performance energética foi positiva em termos de eficiência e redução de emissões associadas nos diferentes ciclos de condução.
O material da Confederação contribui para o debate sobre transição energética e para demonstrar que o país não precisa se ater a uma única opção se o objetivo for descarbonizar o setor de transporte, mas antes é necessário ampliar o debate acerca do tema.
Na reunião bilateral Brasil-Paraguai, realizada em outubro, a delegação brasileira apresentou uma proposta de Acordo Vicinal voltado ao transporte de cargas por veículos de pequeno porte, visando a regulamentação da movimentação de mercadorias entre Foz do Iguaçu, no Brasil, e Ciudad del Este, no Paraguai. A proposta foi bem recebida pelo Paraguai, que se comprometeu a analisá-la internamente.
Este Acordo Vicinal busca estabelecer normas claras e seguras para o transporte de cargas em veículos com capacidade de carga útil (CCU) inferior a 8 toneladas, uma faixa não contemplada pelo ATIT.
A necessidade dessa proposta vem da falta de harmonização de regras para essa modalidade de transporte, o que deixou um vácuo normativo na questão. Em 2019 foi publicado o Acordo sobre Localidades Fronteiriças Vinculadas (Decisão GMC 13/19), que facilitou o trânsito de produtos de subsistência, destinado a consumo pessoal, em um contexto de necessidade.
Também em 2019, a Receita Federal de Foz do Iguaçu, através da Portaria 88/19, disciplinou o despacho aduaneiro de exportação para mercadorias transportadas em veículos de até 3,5 toneladas, porém abrangendo também mercadorias com destinação comercial.
Devido à falta de regulamentação e às permissões divergentes entre a Receita Federal de Foz do Iguaçu e as normas do ATIT, a ausência de diretrizes específicas para esses veículos de menor porte passou a dificultar a fiscalização adequada e trazer riscos à segurança fronteiriça.
A proposta brasileira sugere que a modalidade de transporte por veículos menores seja permitida nas rotas entre Foz do Iguaçu e Ciudad del Este, incluindo as localidades fronteiriças de Puerto Presidente Franco e Hernandarías. Nesse contexto, o Brasil propõe obrigatoriedade da emissão de Licença Originária e Licença Complementar para veículos com peso bruto total a partir de 3,5 toneladas, independentemente de sua capacidade de carga.
Além disso, os veículos habilitados para esta operação deverão cumprir requisitos de segurança, como apresentação de seguro de responsabilidade civil e Certificado de Inspeção Técnica Veicular vigentes. A proposta ainda sugere estabelecer uma CCU mínima de 40 toneladas para a obtenção das licenças do TRIC, metade do exigido para habilitação da frota de veículos pesados.
A Federação Argentina de Entidades Empresariais de Transporte Rodoviário de Cargas (FADEEAC) realizou nesta quinta-feira (12) a sua Assembleia Geral Ordinária, na qual foram nomeadas as autoridades que dirigirão a instituição até 2026.
Cristian Sanz, da Câmara de Empresários do Transporte Rodoviário de Cargas (CETAC Regional Sureña), assumirá como novo Presidente da Federação, e substituirá Roberto Guarnieri.
Guillermo Werner e Carlos Rébora continuarão nos cargos de Secretário Geral e Tesoureiro, respectivamente.
Esse será o primeiro mandato de Cristian Sanz à frente da Federação. O presidente eleito destacou as orientações de trabalho e sublinhou o enorme valor que a FADEEAC tem para as Câmaras que a compõem. «A FADEEAC tem sido e continuará a ser uma enorme plataforma de ação a partir da qual se torna mais fácil alcançar conquistas para a nossa indústria. Pertencer a uma instituição que representa 80% das pequenas e médias empresas do setor abre um panorama de possibilidades que nenhuma Câmara teria sozinha", afirmou.
Logo depois, em Assembleia Geral Extraordinária, foi renovada a Diretoria da Fundação para a Formação Profissional no Transportes (FPT) para o período 2024-2026. Sergio Ruppel, da CETPA, presidirá a Fundação.
A FTP foi criada pela FADEEAC em 1992 com objetivo de garantir formação integral dos trabalhadores da logística e transporte na Argentina.
A Associação Brasileira de Transportadores Internacionais (ABTI), parabeniza ao Sr. Cristian Sanz pela eleição ao cargo de Presidente da FADEEAC e estende seus cumprimentos aos demais membros da diretoria, desejando que possam continuar a desenvolver os trabalhos da entidade com êxito e sucesso.
Fonte: FADEEAC
Foto: Divulgação/FADEEAC