A Advocacia-Geral da União (AGU) informou em nota que conseguiu garantir junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) o prosseguimento do leilão da ponte binacional sobre o Rio Uruguai que liga as cidades de São Borja (RS), no Brasil, e Santo Tomé, na Argentina.
O plenário do TCU, por maioria, revogou a medida cautelar concedida pelo ministro Walton Alencar Rodrigues e determinou o prosseguimento da licitação. O julgamento foi realizado na última quarta-feira (22/01).
A AGU sustentou perante o tribunal que as decisões referentes à licitação e ao contrato da ponte Brasil-Argentina são tomadas pela Comissão Mista Argentino-Brasileira (Comab), pessoa jurídica de direito público internacional que não está sujeita à legislação brasileira.
Foi apontada ainda a sensibilidade da suspensão do leilão em um cenário de negociações bilaterais, em que toda decisão depende de consenso entre Brasil e Argentina, de modo que a decisão cautelar do ministro do TCU, se mantida, poderia acarretar um problema diplomático com o país vizinho.
Falta de jurisdição
Na sessão da quarta-feira, o ministro relator, Walton Alencar Rodrigues, propôs a manutenção da cautelar que havia suspendido a licitação, mas foi aberta divergência pelo ministro Benjamin Zymler, que reconheceu que o Tribunal de Contas da União não tem jurisdição sobre a Comab e propôs a alteração da cautelar em recomendação.
Acompanharam a divergência os ministros Augusto Nardes, Jorge Oliveira e Weder de Oliveira e o presidente Vital do Rêgo. Com o resultado do julgamento, a delegação brasileira na Comab buscará atender as recomendações do TCU mediante negociação com a representação argentina.
O relator havia apontado em sua primeira decisão o descumprimento, no procedimento licitatório da concessão, da lei brasileira de licitações e contratos administrativos, levantando questões a respeito dos requisitos de qualificação técnica das licitantes e dos dados de tráfego utilizados para a modelagem do projeto.
A atuação da AGU no processo foi feita por meio do Departamento de Assuntos Extrajudiciais da Consultoria-Geral da União (DEAEX/CGU) e contou com a colaboração de representantes do Ministério dos Transportes e do Ministério das Relações Exteriores.
Com informações de Assessoria Especial de Comunicação Social da AGU
O governo do Paraguai divulgou, nesta segunda-feira (20), o cronograma atualizado das obras de acesso à Ponte da Integração. Concluída em 2023, a ponte ligará a cidade de Presidente Franco a Foz do Iguaçu.
De acordo com a agência pública IP, a etapa mais avançada é a do Lote Urbano, que conecta a cabeceira da ponte com as avenidas de Presidente Franco. O estágio atual é de 95%, com previsão de entrega no mês de março.
Também para março a projeção é de término das estruturas de fiscalização na cabeceira paraguaia da Ponte da Integração e no futuro pátio de fiscalização de caminhões, a cerca de três quilômetros da cabeceira.
Já os 31 quilômetros de pistas duplicadas do anel viário do Corredor Metropolitano del Este estão divididos em dois contratos (Lotes 1 e 2). A estimativa de finalização das obras, conforme o governo do Paraguai, é para novembro.
A construção que poderá demorar mais é a da nova ponte sobre o Rio Monday, em Presidente Franco, no trecho final de acesso à Ponte da Integração.
Com 500 metros de extensão, a via tinha previsão inicial de entrega para o último trimestre de 2025. Entretanto, a depender do andamento da construção (que começou por último), o prazo poderá ser prorrogado para 2026.
Sobre a Ponte da Integração
Projetada para ligar Foz do Iguaçu a Presidente Franco, a Ponte da Integração Brasil–Paraguai teve seu financiamento com recursos da diretoria brasileira de Itaipu.
A mesma fonte é a responsável por bancar as obras da Perimetral Leste, rodovia localizada na cabeceira brasileira, em Foz do Iguaçu. De acordo com os últimos reportes, a entrega dos 14,7 quilômetros de estrada e viadutos está prevista para o final de 2025.
Quando o uso da Ponte da Integração estiver liberado, o trânsito de caminhões será todo redirecionado para a nova via. Assim, será possível melhorar a fiscalização e descongestionar a Ponte da Amizade.
Fonte: H2Foz
Com os reajustes, pedágios lideraram o aumento dos custos de transporte argentino em 2024
Num ano marcado por um aumento significativo dos custos operacionais do transporte de cargas na Argentina, os pedágios foram o item com maior incremento em 2024, acumulando elevação de 380%.
Os dados são do Índice de Custos elaborado mensalmente pela Federação Argentina de Entidades Empresariais do Transporte Rodoviário de Carga (FADEEAC) e auditado pela Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade de Buenos Aires (UBA), mede 11 itens que impactam diretamente os custos das empresas de transporte rodoviário de cargas em todo o país, e é referência em grande parte para fixação ou reajuste de tarifas no setor.
Em 2024, 10 dos 11 itens registraram aumentos (a exceção foi o Custo Financeiro, que fechou o ano com queda de 32,35%).
Depois dos pedágios, o pódio com maiores aumentos é completado Placas e Taxas (237,76%) e Pessoal (189,72%).
Demais itens registraram os seguintes aumentos: Despesas Gerais, 153,67%; Reparos, 111,65%; Seguros, 98,10%; Combustível, 74,92%; Material Rodante, 47,90%; Lubrificante, 17,54%; e Pneus, 0,45%.
Num contexto económico desafiante, o transporte de mercadorias enfrentou perspetivas díspares em 2024, dependendo da especialidade e da área geográfica de atuação. O índice de custos encerrou o ano com aumento acumulado de 84,91%.
"Apesar da complexidade do contexto, o setor olha para 2025 com expectativas de reativação, impulsionado por uma possível expansão do crédito que permita fortalecer a atividade de transporte e logística", afirmou Cristian Sanz, Presidente da FADEEAC.
Fonte: FADEEAC