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A dívida comercial com importadores atingiu US$ 54 bilhões, dos quais US$ 43 bilhões são dívidas por importações de bens e US$ 11 bilhões por serviços.

Alguns dias das eleições gerais, o problema das empresas importadoras começou a agravar-se: o sistema AFIP que permite validar pagamentos no exterior entrou em “tarefas de manutenção” e, desde então, a operação ficou praticamente proibida. “Desde o dia seguinte à eleição (segunda-feira, 23), 98% dos pagamentos pararam completamente. A percepção do setor empresarial é que isso continuará até o dia do segundo turno. O Governo não diz, mas todos os pagamentos foram esquecidos”, admitiram com preocupação no setor privado.

Os números econômicos apoiam a sensação empresarial. A dívida comercial mantida pelas empresas que operam na Argentina com seus fornecedores ou controladoras no exterior atingiu US$ 54 bilhões, segundo relatório do Romano Grupo, baseado em dados do Banco Central (BCRA). Desse total, US$ 43 bilhões são dívidas para importação de bens (produtos físicos) e US$ 11 bilhões para serviços (que inclui o pagamento de frete).

A preocupação, porém, concentra-se em pouco menos da metade dessa dívida, que cresceu exponencialmente no último ano e meio. Historicamente, a dívida comercial de bens e serviços era de US$ 30 bilhões, valor compatível com os prazos entre o momento da compra e o pagamento, num país como a Argentina. Recentemente, devido à falta de dólares do BCRA, o Governo reforçou as restrições às importações, o que fez com que a dívida comercial ultrapassasse os US$ 50 bilhões.

“A balança comercial e de pagamentos indica que esta tendência continua, com um aumento de US$ 2,5 bilhões de dólares em bens só em setembro, o segundo maior aumento mensal na administração de Alberto Fernández. A média da dívida imobiliária, de dezembro de 2007 até o mesmo mês de 2021, foi de US$ 21,8 bilhões. Ou seja, o atual stock de dívida comercial de bens é 100% adicional (US$ 43 bilhões)”, afirmou Romano Grupo.

“Não só continuam a impedir as transferências estrangeiras, como agora inventaram um ‘erro’ de validação que não tínhamos antes. O que digo ao fornecedor depois de quase 90 dias do recebimento da mercadoria”, disse reservadamente ao LA NACION uma pequena empresa que importa produtos de bazar. Depois de aprovada a SIRA (autorização de importação) e de decorrido o prazo correspondente para acesso aos dólares, a empresa encontrou esse erro na página da AFIP.

O “erro” não é um caso isolado. Basta pesquisar na rede social X (antes Twitter) as siglas “ccuce”, e se percebe a importância dos importadores. Essas letras correspondem à Conta Corrente Única de Comércio Exterior, que é um sistema de consulta e registro de operações de câmbio para compra de dólares do BCRA. “Desde 28 de outubro o sistema não realiza nenhum pagamento. Não só não executou as tarefas de manutenção como agora aparece um ‘erro de inconsistência’ ao pagar com os números 46, 47 e 50, dependendo do caso”, explicou um empresário.

“Os pagamentos foram completamente interrompidos. É um problema que atravessa todos os setores da economia. Todos são afetados de forma igual, sem distinção, como já vimos na saúde”, acrescentaram, referindo-se à falta de insumos médicos. A falta de divisas também foi notada num setor estratégico como o da energia, quando a YPF não teve acesso a dólares para pagar a importação de navios com gasolina e diesel, o que deu início a uma escassez geral de combustível em todo o país.

A ativação do swap com a China pelo equivalente em yuans a US$ 6,5 bilhões, anunciada pelo presidente Alberto Fernández e pelo candidato e ministro da Economia, Sergio Massa, pouco adiantou na época. “A partir de hoje começa o trabalho da Aduana, do Ministério do Comércio e do Banco Central para acelerar o pagamento das importações e acelerar os processos de produção”, disse Massa, cinco dias antes das eleições gerais.

“O setor empresarial está observando que este swap está sendo utilizado para pagar a dívida com o FMI, em vez de transferir esses fundos para a dívida comercial de importações”, afirmaram no setor privado, em reserva, dada a sensibilidade com que eles fazem as autorizações para importar do Governo.

“Agora montaram um novo modelo para poder importar. Além de pagar propina para conseguir a aprovação do famoso SIRA, entre 10% e 15% sobre o valor do que se quer importar, inventaram agora uma inconsistência no ccuce, que é o novo sistema de controle da AFIP que aprova ou não a transferência do pagamento. Para ‘eliminar’ esse erro, pedem-nos agora mais 11%. Mas isso é pior do que com os SIRAs, porque há a obrigatoriedade de pagá-lo sem saber se realmente poderá ser transferido ou não. O sistema SIRA é menos arriscado porque até ser aprovado não se paga”, disse a este meio uma pequena empresa importadora.

A situação gerou uma escassez maior de produtos, pois tendo menos segurança da capacidade de reposição, ninguém quer perder estoque. “Não queremos entregar mercadorias, mas ao mesmo tempo é preciso vender alguma coisa para sobreviver. Além disso, como a diferença é imensa, pagar pela mercadoria a $ 350 [taxa de câmbio oficial] não é o mesmo que pagar a $ 900 [CCL]. E há clientes que não consideram o dólar blue. Então, até que haja uma desvalorização oficial, não podemos transferir essa diferença de preço. Por isso somos mais rigorosos com as entregas”, disseram na empresa para explicar como as complicações da importação afetam a operação local.

A incerteza tornou-se tão profunda que a empresa não descartou fechar as portas durante dois meses até que a situação econômica do país se tornasse mais clara. “Seria o pior cenário, mas talvez fosse mais conveniente fechar por um tempo e bancar os custos fixos com o que temos. Em algum momento as coisas terão que se encaixar e tudo ficará um pouco mais claro. Hoje existe muita incerteza em todos os sentidos e vender a mercadoria não sei se é o melhor negócio. É melhor ficar com ela e ver o que acontece”, disseram com resignação.

Fonte: La Nacion

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