
A ABTI vem a público atualizar seus associados sobre o cenário da greve dos auditores fiscais da Receita Federal, que já ultrapassa 100 dias, impactando diretamente o transporte internacional de cargas, o comércio exterior e a economia brasileira. Com o atraso na liberação de cargas e a insegurança operacional nas fronteiras, o setor enfrenta prejuízos crescentes e desafios diários.
A Comissão Mista de Orçamento (CMO) deve votar o Projeto de Lei Orçamentária de 2025 nesta quarta-feira (19/3). Caso a proposta não contemple as demandas dos auditores fiscais, há possibilidade de manutenção da greve, ampliando os impactos negativos e a imprevisibilidade das operações. A paralisação já causou um prejuízo estimado em R$ 3,5 bilhões, segundo a Frente Parlamentar pelo Livre Mercado (FPLM).
Desde o início da greve, a ABTI tem buscado sensibilizar as autoridades e pressionar por uma solução que minimize os impactos sobre o setor. Foram enviados ofícios ao Presidente da República e a diversos ministérios, como os da Fazenda, do Planejamento, e da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, porém as respostas seguem evasivas e pouco resolutivas.
O Ministério da Gestão e da Inovação (MGI) afirma que o governo está cumprindo o Termo de Acordo nº 02, firmando no início do ano passado, que prevê o pagamento do Bônus de Produtividade aos auditores, que estava sem regulamentação desde 2016, em contrapartida ao retorno das atividades de 100% dos servidores.
Contudo, a categoria passou a reivindicar um reajuste dos vencimentos, já concedido a outras categorias no fim de 2024, do qual ficaram de fora.
A ABTI reitera sua posição, já expressa em nota de repúdio, de que a falta de articulação entre os servidores e o governo federal revela um descaso inaceitável com setores estratégicos da economia. A crise já afeta parceiros comerciais do Brasil, que questionam a incapacidade do país em garantir a previsibilidade das operações, prejudicando investimentos e acordos essenciais para o desenvolvimento econômico.
Os próximos dias seguem incertos. A ABTI continuará acompanhando a situação e buscando soluções que minimizem os impactos para o transporte internacional.