Há trinta dias, uma determinação de Banco Central da República Argentina obrigou que todos os protocolos no SIRASE para autorização de transferência relativas à prestação de serviços de fretes que aguardavam anuência na fila desde a sua implementação, fossem refeitos discriminando o tipo (importação ou exportação). Todos voltaram a zerar a contagem no prazo de até sessenta dias para análise, gerando uma expectativa de maior agilidade. Com o decorrer dos dias, os operadores perceberam que sua liquidez continuava cada vez mais exigindo aportes, e as remessas pendentes de autorização incrementando as filas de espera do SIRASE.

Houve quem desistiu de operar nesta ligação. Entretanto há quem persistiu porque tinha esperança que uma solução urgente seria definida por conta das frequentes visitas do Presidente Fernandez ao Brasil. Mas a resiliência, característica do setor, não está encontrando espaço fértil para continuar em um cenário tão inóspito e carente de informação e segurança.

Decorrem cerca de 90 dias sem transferências bancárias de uma prestação de serviço concluída há outros noventa dias. Acumulam-se 180 dias de impagos. Transportadores que honraram seus compromissos e cumpriram com o seu dever de transportar até a Argentina acumulam prejuízos financeiros já gerados pelas determinações do BCRA. Seus empreendimentos estão sendo destruídos por um ciclone que surgiu sem nenhum alerta.

"O transportador é um herói", "O transporte é uma atividade essencial, não pode e nem deve parar" falou-se na pandemia. A retórica sucumbiu à política econômica da Argentina. Através da Associação, foram comunicadas da crítica situação todas as esferas governamentais, tentando sensibilizar sobre a importância e representação do modal nas operações bilaterais com Argentina. Houve reuniões, promessas de análise. A falta de respostas sugere descaso e abandono.

Para quem ainda não compreendeu a gravíssima situação, o prejuízo no setor supera R$ 1.000.000.000,00, não é um erro de digitação, é mais do que um bilhão de reais, sem a certeza de quando e quanto disso efetivamente retornará às transportadoras no Brasil.

Tal contexto reafirma a necessidade dos transportadores brasileiros adotarem políticas de mercado que assegurem o recebimento do frete no Brasil. Trata-se de uma providência que afastará definitivamente o setor do humor de governos.

Por outro lado, resta ainda a convicção resumida nas palavras do presidente desta associação, Francisco Cardoso, no editorial da edição 68 da Revista Cenário do Transporte: "sejam quais forem as medidas de apoio ao maior parceiro do Brasil no Mercosul, o transporte precisará ser incluído".

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